sexta-feira, 28 de setembro de 2012

a foice e o martelo

2 comentários:

  1. A última edição do jornal O Tempo Contagem trouxe em sua coluna Bate Debate um infeliz posicionamento de sua autora, a advogada e gerente de Fiscalização do Procon Contagem Carolina Fernandes Leite. Como militante do Partido Comunista do Brasil no munícipio vejo-me na obrigação de fazer algumas observações a tal texto.

    Primeiramente, gostaria de destacar o profundo respeito que eu e meu Partido temos pelo Partido dos Trabalhadores. Este respeito se reflete tanto em nível local como, e principalmente, nacionalmente. Reconheço que o projeto encabeçado pelo Partido dos Trabalhadores, a partir de 2003 com o ex-presidente Lula, representa um passo importantíssimo para um novo projeto nacional de desenvolvimento, no qual crescimento ecônomico, soberania nacional, democracia formal e distribuição de renda caminhem lado a lado. Igualmente reconheço a importância da vitória do PT nas eleições municipais de 2004 na cidade de Contagem, o que representou um grande salto de qualidade para a administração pública desta cidade.

    É válido, e de muito bom tom, reconhecer que em todas estas empreitadas enfrentadas pelo Partido dos Trabalhadores, lá também estavam os comunistas do PCdoB. Nacionalmente, desde 1989 o Partido Comunista do Brasil esteve presente nas campanhas presidenciais do PT, sendo em todo este período um fiel aliado. E é necessário deixar claro que esta ligação entre os Partidos não ocorre por intermédio de relações meramente eleitorais, haja vista que há um entendimento de que o atual projeto político é o mais adequado à nação brasileira neste momento. Da mesma forma, em termos municipais, a presença da militância do PCdoB foi de grande importância nas vitórias da prefeita Marília Campos em 2004 – com o apoio dos comunistas já no 1°turno – e em 2008, quando o apoio ocorreu no segundo turno.

    Sei que a opinião da autora não reflete a posição do PT de Contagem, bem como, não reflete a posição do deputado Durval Ângelo, o que pôde ser comprovado no debate realizado na TV Bandeirantes.

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  2. A respeito das insinuações sobre quem governará o município de Contagem com a vitória de Carlin Moura, confesso que preferia não ter a obrigação de responder tal desatino. O deputado Newton Cardoso e seu partido o PMDB – e é bom lembrar que ambos fazem parte da base de apoio nacional do governo PT – são integrantes de uma ampla aliança construída para governar a cidade de Contagem nos próximos quatro anos. Da mesma forma que o PMDB e o deputado Newton Cardoso já apoiaram ou compuseram alianças com o Partido dos Trabalhadores, exemplo da campanha de 2010 para governador de Minas Gerais ou dos segundos turnos para prefeitura de Contagem em 2004 e 2008.

    Quero deixar claro, que neste espaço não pretendo condenar ou absolver a pessoa Newton Cardoso, este não é o meu papel, mas, sim o da Justiça. Só quero destacar a incoerência e o desrespeito ao eleitorado de Carlin Moura presentes no texto citado. A incoerenência fica evidente quando verificamos que os deputados Newton Cardoso e Durval Ângelo estiveram em um passado muito recente nos mesmos palanques, defendendo os mesmos candidatos. Só quando o PMDB e Newton Cardoso fazem parte de outra candidatura que eles não são bons?

    A atual conjuntura política do munícipio de Contagem levou o PMDB e vários outros partidos a apoiarem o projeto político liderado por Carlin Moura e, não sem razoẽs, consideram sua candidatura a melhor para Contagem. Afirmar que Carlin estaria servindo de “laranja” para um outro projeto político liderado por Newton é um insulto, não apenas ao candidato do PCdoB, mas como a todo o seu eleitorado, que conhece a capacidade e a conduta de Carlin Moura e do Partido Comunista do Brasil.

    Quero ainda fazer algumas considerações sobre o texto “Foice e martelo” e o atual estágio da luta eleitoral em Contagem. Destaco que todos os partidos políticos estão inseridos no conjunto amplo da sociedade e exatamente por este motivo constituem um dos legítimos meios de representação das pessoas perante o Estado. No entanto, pelo fato de estarem inseridos de tal forma na sociedade, reproduzem as práticas, boas e más, presentes na mesma. Exemplo disso é o baixo nível visto em muitos momentos da campanha. Acusações, xingamentos, baixarias de todo o tipo, têm aparecido nas ruas e nas redes sociais. Estes atos são de responsabilidade de militantes pouco atentos à realidade e, acima de tudo, pouco ou nada éticos.

    O texto citado acima foi apenas mais um triste exemplo disto. Mal redigido, sem coerência e coesão; em alguns momentos ininteligível. Creio que sua autora, que se auto-intitula Juiza Carol, para alçar os voos que pretende, deva incorporar em sua formação três aspectos que considero vitais para o exercício de sua profissão: o respeito, o conhecimento histórico e a ética.

    Acredito também, que caiba às direções das campanhas frear estes ataques e não estimulá-los. Temos que ter em vista que existe a possibilidade dos grupos e partidos envolvidos estarem ao mesmo lado durante o segundo turno. Portanto a manutenção destes ataques só serviriam, de um lado, para reforçar a “pequena política” e por outro, para afastar e desacreditar ainda mais o cidadão que normalmente não faz parte do mundo político. E tenho certeza que estes não são os interesses dos partidos envolvidos nestes ataques.

    Por fim, requisito ao jornal O Tempo Contagem que tenha maior rigor ao selecionar os textos que compõe suas edições, a fim de contribuir com o debate político de alto nível, característico da “grande política”.

    Cordialmente,
    Luiz Carlos Bittencourt
    Professor, historiador e morador do bairro Industrial em Contagem.
    Atualmente envolvido no projeto “A Trajetória do Partido Comunista do Brasil em Minas Gerais (1962-1985)”.



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