sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Rei morto, Rei posto

Para onde vai Marília? O que fará Marília, a partir de 1º de janeiro de 2013? Justamente no ano do 13! Uma mulher nunca deixa de ser mãe, esposa, amiga, filha e profissional. Nunca. Eu sei bem disso. Mas, a pergunta que não quer calar é para vai a Altiva (alcunha que lhe dei durante este ano brilhante de seu mandato). Pensem o que quiserem, Marília não é uma mortal comum, depois de oito anos à frente da Prefeitura de uma das mais importantes cidades do país, Marília administrou com qualidade e sabe mais do que todos, pois teve o governo em suas mãos. O dia seguinte será uma novidade para a atual prefeita. Assim como o será para o prefeito eleito, Carlin Moura. Na foto amplamente publicada nos jornais, no momento da transição, aquele aperto de mãos entre os dois me deu um alerta. Será que ali estava a transição que Marília queria fazer? Pelo menos está fazendo de maneira ética, o que é excelente pra nossa cidade. Ela, que tão bem conhece a vontade popular, não voltará, contudo, a ser uma mera cidadã como outra qualquer. Andará pela cidade de cabeça erguida, mas com rumos políticos sendo traçados para ela, tanto pelo PT, como pelo imaginário popular. Governadora? Vice? Ministra de Dilma? São tantas possibilidades. Eu acredito que a passagem do cargo no dia 1º é uma forma simbólica de despojamento da coroa, do cetro e do manto. Será sacada uma cartucheira de elogios ao novo rei. Quantos já não estão fazendo de tudo para aparecer nas redes sociais, como o defensor único e primeiro do comunista que vai gerir nossa cidade. Os bajuladores são uns tipos asquerosos que não esperam acontecer para mostrar que já gostam. Os puxa-saco não deveriam existir. Mas é justamente nas empresas públicas, onde estão os vereadores, prefeitos, governadores e deputados que mais encontramos estes vermes, que levam os políticos a enxergarem somente o brilho do poder, em detrimento do trabalho. Como diria Carl Jung "quanto maior a luz, maior a sombra". Até Jesus foi contra os bajuladores e acabou com a hipocrisia dos fariseus dizendo: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim". Apesar da complexidade do momento de transição, não posso deixar de ressaltar toda a admiração que tenho pela Altiva Marília Campos. Ela conseguiu ainda me fazer enxergar em uma perspectiva ampla o que é este momento. Apesar dos percalços, a cidade está bem encaminhada. Percebemos o estabelecimento concreto de novas relações entre as mudanças políticas que se seguem, com suas possibilidades e limites. No momento crucial de assumir o novo governo que haja competência para livrar-nos dos bajuladores deslumbrados estabelecendo-se parâmetros de governabilidade, afinal, a cidade não pode parar. Por fim, que nossa cidade tenha o governo que merece, urge a necessidade de uma administração pública gerencial e funcional, para seguir em frente e solucionar os graves problemas relacionados a questões estruturais que as grandes cidades vivem. Problemas estes que estão numa complexa lista de mazelas sociais que ninguém vai resolver sozinho. O desfecho deste episódio só daqui a quatro anos. Para Marília, deixo a citação de Clarice Lispector: “Minha grande altivez: prefiro ser achada na rua. Do que neste fictício palácio onde não me acharão porque – porque mando dizer que não estou, ‘ela acabou de sair’. “ CAROLINA FERNANDES LEITE

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O show tem que continuar

Sou novata. Comecei agora, me disse um comunista no início da disputa eleitoral deste ano. Como é meu amigo, aceitei e prossegui na minha caminhada eleitoral. Filiada ao PR, vi que pouco tinha de mim na “ideologia” desse partido. Pedi pra saí, mas não tinha um Capitão Nascimento lá pra me ouvir e me deixaram filiada. Assim, durante a campanha, quantas pessoas não acharam que eu era filiada ao PT. “Você tem estrela, é a musa do PT”, disseram alguns mais afoitos. Mas, alguma coisa ainda não me deixava assinar a tal ficha de filiação. Estava ali, na campanha por acreditar nas propostas do candidato Durval Angelo e do vice Léo Antunes, pessoas a quem tenho sincero carinho. Participar ativamente de uma campanha eleitoral, com ideologia, para mim é como dar um agudo grito contra a alienação das pessoas e a favor da cidadania plena. É lamentável, que a grande maioria só se preocupe em escolher seu candidato no mês da eleição. Ou seja, tem pouco tempo para avaliar os candidatos e escolhe o que mais lhe apraz. È como o amor à primeira vista, você olha se encanta, mas se não for como diria Balzac, “O amor é a poesia dos sentidos. Quando existe, existe para sempre e vai crescendo dia a dia”, acontece o contrário não será amor e deixará de existir. E ai, vem o caos, a tormenta. As pessoas passam a dizer: “eu era feliz e não sabia”. Não quero ser aquela que prevê o caos. Ao contrário, quero positividade, sou fã da alegria e quero meu povo feliz também. Mas no momento de transição, onde prevalece um estado de incertezas, a ansiedade toma conta dos corações. Que essa ansiedade nos ajude a estar alertas, a ter resistência, inteligência, determinação e visão. Para mim a campanha continua de outra forma. O PT está se reestruturando, não participei de nenhuma reunião, pois não sou militante petista. Mas sou militante da vida, a favor da minoria e uma verdadeira guerreira na luta pelo que acredito. As luzes se apagaram, mas o palco continua lá. E como canta Arlindo Cruz: O show tem que continuar! “Se os duetos não se encontram mais E os solos perderam emoção Se acabou o gás Pra cantar o mais simples refrão Se a gente nota, Que uma só nota Já nos esgota O show perde a razão Mas iremos achar o tom Um acorde com um lindo som E fazer com que fique bom Outra vez, o nosso cantar E a gente vai ser feliz Olha nós outra vez no ar O show tem que continuar”