terça-feira, 25 de junho de 2013

As manisfestações

Para amar o Brasil, não é necessário ser patriota, não é necessário que a nação se supervalorize em relação às outras.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

E agora Carlin?

E agora Carlin? E agora, Carlin? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e parodiando Carlos Drumnond de Andrade, e agora você? Você que é prefeito, que é um homem do Direito, você é que sem nome, que ama e já protestou, agora é vidraça, mas já foi pedra atirada nos vidros dos outros. Cadê seu discurso, cadê seu carinho pelo povo sofrido. "Já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode" e agora Carlin, pra onde você vai, se fica o que faz, se vai o que fica? A poesia de Drummond só vem abrilhantar o que temos a dizer sobre o nobre prefeito, ainda jovem, que assume uma cidade com grande potencial. Nossa Contagem, de nossa família, de nossos amigos. Cidade próspera e de gente bonita, diversa e florida. Gente que me faz forte, cheia de coragem e cada vez mais bonita. Meus amigos do Fiscalizando Contagem, nosso grupo do Facebook, de amigos que querem o melhor pra cidade, é por vocês que continuo escrevendo. Vocês sabem que juntos somos muito mais e vamos festejar a nossa luta de cada dia; porque somos um povo bonito que acredita e faz a hora, não espera acontecer. Não quero que o nosso prefeito se perca, ainda que saiba que o nobre Carlin Moura se perdeu nos conchavos políticos que teve que fazer para chegar ao poder. Ah Carlin, "se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse, a valsa vienense", e mais, se você falasse o que queremos ouvir, teria ao seu lado fiéis apoiadores, nós do povo que só queremos uma cidade boa pra se viver. Mas você se cala, se fecha num muro comunista que outros já derrubaram há muito tempo. Neste momento, começo de governo, as acusações de erros na prestação de contas eleitorais são negativas, mas você poderá superá-las. Temo apenas porque sabemos como sempre acontece no Brasil, onde se alguém é filmado com a boca na botija, por que estava cometendo um crime, a preocupação de todos é saber quem filmou, aí deixam de investigar o ato criminoso e punir o culpado. Infelizmente, esse é o nosso Brasil. País que amamos, apesar de tudo. E eu quero é gritar, pra Contagem mostrar a sua cara, sem medo de ser feliz, sem medo de quem contesta, sem medo de quem aponta o dedo e diz que aqui pode melhorar. Porque eu sei que pode. E como podemos melhorar. Os atuais administradores devem ser muito tacanhos pra não enxergar o quanto podemos melhorar. Talvez sim, talvez não. Se ouvirem a opinião pública e pararem com a perseguição política, o ganhador da loteria eleitoral, o atual prefeito Carlin Moura, poderá dar um basta à infestação partidária e criar um caminho deixando de lado os oposicionistas de alma pequena e que todos possam pensar com a informação que chega ao seus cérebros. Criticar sim, pensar sim, censura não, oportunismo muito menos. Cassado ou livre, que o Carlin aja como o personagem de Guimarães Rosa e diga "eu quase não sei de nada, mas desconfio de muita coisa". E então desconfie, desconfie dos bajuladores, dos falsários e dos oportunistas. Afinal, nós que somos vistos como diferentes, como inimigos, nada mais somos do que gente, como canta Caetano Veloso "gente que quer comer, gente que quer ser feliz, gente que quer respirar o ar pelo nariz". *Este artigo foi escrito antes da decisão do TRE sobre as contas do prefeito Carlin Moura

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Artigo da Laura Medioli minha linda amiga, escrito pra mim:

PUBLICADO EM 04/04/13 - 00h00 Conheci minha amiga quando ela ainda estava por baixo. Nosso primeiro encontro, que era para ser rápido, estendeu-se por toda a tarde, assim como nossos choros, angústias e medos. Depois, outros encontros e aquela sensação de impotência que nos bate perante uma força que desconhecemos. O poço das drogas é bem mais fundo do que imaginamos. Além das vítimas, desmorona a família, o trabalho, a dignidade... Faz com que se esvaia por um caminho muitas vezes sem retorno. Mas minha amiga conseguiu ser mais forte; na última vez em que estivemos juntas, foi para rir. Elogiei sua nova aparência, sua pele, seu cabelo e seu salto escandalosamente alto, mas, principalmente, o seu ótimo astral. A batalha, que parecia impossível, foi superada. Hoje, cedo meu espaço a um depoimento corajoso e sincero, escrito com a alma e com o coração por essa minha amiga vencedora. O crack e eu "O meu único inimigo: o crack, droga que, sem sombras de dúvidas, é mais perigosa do que todas as outras juntas. Estive com ela, fomos bem ao fundo do poço, eu vi a luz bem no fundo, mas ela não brilhava, era fosca, tinha uma palidez, um tom acinzentado, um gosto de dor, sei lá. De poder avassalador e sobrenatural, o crack sempre vicia quando do seu primeiro experimento, e o que vem depois é tragédia certa. Crack e desgraça são indissociáveis e quase palavras sinônimas. O crack é a verdadeira degradação humana; me transformou numa espécie de zumbi naquele tempo. Nada de banho, nada de amigos; somente a vontade de fumar e nada mais. Eu via naquela poderosa droga, mais barata e acessível, a pretensa solução para resolver ou para esquecer meus problemas. Na verdade, eu sempre pensei que a droga nunca me dominaria e que eu fosse forte, até ria quando as pessoas falavam que eu estava viciada. Na verdade, eu não acreditava. O fracasso da política antidrogas do governo é estampado nos quatro cantos do Brasil. A cada reportagem, nós assistimos, atônitos, a pessoas adultas, jovens, adolescentes e crianças consumindo o crack, deitados no chão das praças, nas calçadas, debaixo dos viadutos, das marquises, sem se incomodarem com nada ou mesmo correndo em desespero, vivendo naquele mundo imaginário, sem perspectiva de vida alguma. Me vejo em cada um deles. Meninos e meninas na flor da idade se prostituem até por R$ 1 e praticam qualquer ato ou todo tipo de crime possível em busca do crack. Famílias inteiras se desesperam vendo os seus entes queridos buscando o fundo do poço pelo crack, e eu sem poder fazer nada... me dói tanto! O crack traz a morte em vida, arruína a vida dos seus familiares e vai deixando rastros de lágrimas, sangue e crimes de toda espécie na sua trajetória maligna. A fumaça altamente tóxica do crack é rapidamente absorvida pela mucosa pulmonar, excitando o sistema nervoso, causando euforia e aumento de energia ao usuário. Disso, advém a diminuição do sono e do apetite, com consequente perda de peso bastante expressiva - cheguei a pesar 39 kg, quando pedi ajuda. Até hoje, sinto o cheiro do crack e um medo que me traz as lembranças daquela aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, uma transformação total da normalidade física. Ainda quase não durmo e faço uso de medicação para esse fim. Não é fácil, uma luta a cada dia. O crack me destruiu em vida, ao ponto de eu perder o contato com o mundo externo, me tornando uma espécie de zumbi, ou morta-viva, movida pela compulsão à droga, que é intensa e intermitente. A dificuldade que o dependente do crack tem ao querer deixar o seu consumo é imensa e requer uma força de vontade fora do comum, diferentemente do que acontece com os usuários das outras drogas. O crime organizado continua investindo pesado no tráfico de drogas. Muita cumplicidade perversa promove e mantém o crack no seio da nossa sociedade. Tudo prolifera e floresce com muito arranjo sinistro. A política de repressão ao tráfico não está sendo suficiente para conter o avanço do crack. A polícia, apesar de todos os esforços empreendidos, com prisões e apreensões diariamente de muitos traficantes e de grandes quantidades de crack, não é forte o bastante para vencer essa batalha. Aliada a tais medidas governamentais, é necessária também a conscientização popular, principalmente na área da educação. Entre as formas de prevenir está a questão de oferecer atividades escolares extracurriculares que despertem mais a atenção dos estudantes, além de um convívio mais profundo e dialogado de alunos com professores, psicólogos e especialistas, assim como entre pais e filhos, para, enfim, lutarmos com todas as forças possíveis contra essa epidemia. Não podemos achar que a polícia e a medicina resolverão os problemas, que, muitas vezes, se iniciam nos lares, nas escolas, nas festas, enfim, afetando principalmente os jovens, mais expostos, por vários motivos, à atração do mundo das drogas. Eu pedi ajuda, porém, meus pais não conseguiam acreditar nas pessoas; me viam drogada, mas nunca me ofereceram ajuda, apenas choravam. Eu gritei por socorro e, mesmo assim, quase não fui ouvida. Muitos não têm força mais nem para gritar. Perguntem se precisam de algo, se querem ajuda, conversem com aquela pessoa que você acha que está envolvida nesse mundo podre. Uma palavra, às vezes, faz a diferença. Eu, Carolina Fernandes Leite, hoje, sou livre do crack, mas presa a ele em cada pessoa que vejo sofrer".

Rei morto, Rei posto

Rei morto, Rei posto Para onde vai Marília? O que fará Marília, a partir de 1º de janeiro de 2013? Justamente no ano do 13! Uma mulher nunca deixa de ser mãe, esposa, amiga, filha e profissional. Nunca. Eu sei bem disso. Mas, a pergunta que não quer calar é para vai a Altiva (alcunha que lhe dei durante este ano brilhante de seu mandato). Pensem o que quiserem, Marília não é uma mortal comum, depois de oito anos à frente da Prefeitura de uma das mais importantes cidades do país, Marília administrou com qualidade e sabe mais do que todos, pois teve o governo em suas mãos. O dia seguinte será uma novidade para a atual prefeita. Assim como o será para o prefeito eleito, Carlin Moura. Na foto amplamente publicada nos jornais, no momento da transição, aquele aperto de mãos entre os dois me deu um alerta. Será que ali estava a transição que Marília queria fazer? Pelo menos está fazendo de maneira ética, o que é excelente pra nossa cidade. Ela, que tão bem conhece a vontade popular, não voltará, contudo, a ser uma mera cidadã como outra qualquer. Andará pela cidade de cabeça erguida, mas com rumos políticos sendo traçados para ela, tanto pelo PT, como pelo imaginário popular. Governadora? Vice? Ministra de Dilma? São tantas possibilidades. Eu acredito que a passagem do cargo no dia 1º é uma forma simbólica de despojamento da coroa, do cetro e do manto. Será sacada uma cartucheira de elogios ao novo rei. Quantos já não estão fazendo de tudo para aparecer nas redes sociais, como o defensor único e primeiro do comunista que vai gerir nossa cidade. Os bajuladores são uns tipos asquerosos que não esperam acontecer para mostrar que já gostam. Os puxa-saco não deveriam existir. Mas é justamente nas empresas públicas, onde estão os vereadores, prefeitos, governadores e deputados que mais encontramos estes vermes, que levam os políticos a enxergarem somente o brilho do poder, em detrimento do trabalho. Como diria Carl Jung "quanto maior a luz, maior a sombra". Até Jesus foi contra os bajuladores e acabou com a hipocrisia dos fariseus dizendo: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim". Apesar da complexidade do momento de transição, não posso deixar de ressaltar toda a admiração que tenho pela Altiva Marília Campos. Ela conseguiu ainda me fazer enxergar em uma perspectiva ampla o que é este momento. Apesar dos percalços, a cidade está bem encaminhada. Percebemos o estabelecimento concreto de novas relações entre as mudanças políticas que se seguem, com suas possibilidades e limites. No momento crucial de assumir o novo governo que haja competência para livrar-nos dos bajuladores deslumbrados estabelecendo-se parâmetros de governabilidade, afinal, a cidade não pode parar. Por fim, que nossa cidade tenha o governo que merece, urge a necessidade de uma administração pública gerencial e funcional, para seguir em frente e solucionar os graves problemas relacionados a questões estruturais que as grandes cidades vivem. Problemas estes que estão numa complexa lista de mazelas sociais que ninguém vai resolver sozinho. O desfecho deste episódio só daqui a quatro anos. Para Marília, deixo a citação de Clarice Lispector: “Minha grande altivez: prefiro ser achada na rua. Do que neste fictício palácio onde não me acharão porque – porque mando dizer que não estou, ‘ela acabou de sair’. “ CAROLINA FERNANDES LEITE